terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A sociedade de ordens

   Durante o Antigo Regime as sociedades europeias estavam organizadas por estados. Tudo estava estipulado nesta sociedade (o calçado, o vestuário, etc.). Havia três classes sociais, cada uma com os seus direitos e deveres. O clero, a nobreza e o povo.
   A cada ordem correspondia uma categoria social quer definida pelo nascimento quer pelas funções sociais que os indivíduos desempenhavam. Cada ordem tinha o seu código de conduta social, onde são especificadas as honras, os direitos e deveres, que poderiam ir desde os símbolos sociais, profissões ou mesmo vestuário.
   As pessoas aceitavam esta divisão esta divisão social pois acreditavam que tinha sido decretada por Deus.
   O povo, em termos de vestuário, não podia usar as roupas dos nobres, mesmo que tivesse dinheiro paras as pagar. Caso o fizesse, seria açoitado publicamente, como forma de castigo.
   Para além disto tudo, cada ordem tinha também, especificidades no campo da justiça. Estas distinções eram garantidas pelo monarca que legislava nesse sentido. Assim tratava-se de uma organização social rígida, onde só o rei podia abrir excepções.
  A população pensava que não podia tomar o destino nas suas mãos pois era Deus que o comandava. Ninguém podia mudar de estatuto social pois não era essa a vontade de Deus.
   Apesar da já falada hierarquia, a mobilidade social existia, sobretudo na ascensão do terceiro estado (burguesia, especificamente). A burguesia, por se ruma ordem com bastante dinheiro, usufruiu de uma "subida rápida" devido ao declínio da nobreza de sangue, tornando-se assim pertencente à nobreza de Toga. A nobreza de sangue não resistiu à atracção da fortuna destes recém chegados, casando os seus filhos com os desta nova nobreza. Além do dinheiro, foram também a instrução e a dedicação aos cargos do Estado desta burguesia que abriram as portas do topo, visto que os nobres negligenciaram todo o tipo de conhecimento.

Os Estados de Regime Parlamentar

  

O Absolutismo do Antigo Regime

   O Antigo Regime foi o modelo de vida dos europeus entre os séculos XVI e XVIII. Era caracterizado pela sociedade de ordens e pela desigualdade natural, funcional e jurídica.
    No Antigo Regime havia vários modelos políticos, porém os mais importantes foram as monarquias absolutistas (França, Portugal e Espanha) e as monarquias parlamentares (Holanda e Inglaterra). O absolutismo, que era o modelo político que vigorava na Europa Ocidental, defendia que o poder do rei vinha de Deus, que todas as terras do reino pertenciam ao rei e que ninguém podia obrigar o rei a fazer alguma coisa ou a tomar uma decisão, pois o poder deste era absoluto e ninguém podia controlar as suas acções. 
   Por esta altura, os burgueses lutavam para se destacar do povo. Esta classe tinha surgido do povo e, por isso, tinha os mesmos direitos que ela. Já se tinham destacado economicamente, mas continuavam a ter os mesmos direitos que o povo e queriam, portanto, separar-se deste grupo. O rei, como precisava do dinheiro da burguesia, favoreceu este grupo social, concedendo-lhes alguns privilégios da nobreza. Apesar disto, os burgueses ainda não faziam totalmente parte da nobreza pois para isso acontecer, tinham de passar várias gerações. A burguesia era muito devota ao rei, pois era a ele que deviam a sua ascensão social. A nobreza, enquanto isto acontece, vai-se revoltar pois vê o seu lugar a ser ocupado pela burguesia. O Segundo Estado só gastava dinheiro, enquanto que a burguesia trazia o dinheiro para a corte. O soberano começou a achar que a nobreza era muito dispendiosa e custava-lhe muito dinheiro, pois era o rei que lhes pagava as pensões. Assim, o rei retirou privilégios à nobreza e deu-os à burguesia. Estes laços entre economia, sociedade e política só mostram que os poderes devem estar divididos e não concentrados numa só pessoa, pois isto condiciona o desenvolvimento da Nação.
   Os regimes absolutistas defendiam, também, que o poder do rei tinha-lhe sido concedido por Deus. O  rei comandava todos os homens como o representante de Deus na Terra. Deus glorificava os Reis, pois eles eram como deuses. Também defendiam que o rei sabia tudo e não devia ser contestado. Esta foi a principal razão para não haver revoltas durante muito tempo. As pessoas acreditavam que a desigualdade era natural e que Deus a tinha decretado. Se havia desigualdade de classes na Terra, estipuladas por Deus, seria natural que também as houvesse no Céu.
   Segundo Bossuet, que foi um bispo francês, o poder monárquico tinha quatro característica básicas:
  • Era sagrado (provinha de Deus);
  • Era paternal (o rei deverá satisfazer as necessidades do povo, como um pai a seus filhos);
  • Era absoluto (o rei possui todo o poder e este não deve ser contestado);
  • Estava submetido à razão/sabedoria.
   O Antigo Regime era caracterizado pela sociedade de ordens. Loyseau, que foi um advogado da corte francesa, defendia esta sociedade, dizendo que não podiam viver todos nas mesmas condições. Tinha de haver uma hierarquia: uns comandavam e outros obedeciam. Segundo Loyseau, a sociedade estava dividida em três Estados: o Primeiro Estado, que era o Clero; o Segundo Estado, que era a Nobreza e o Terceiro Estado, que era o Povo. Assim, cada pessoa tinha a sua função na sociedade (o clero servia Deus, a nobreza defendia o Estado e o povo alimentava todas as classes).
   Ao longo dos séculos XVI até XVIII foi-se verificando, nos países de regime absolutista, uma decadência das Cortes e isto pode ser explicado pelo facto destas reuniões serem apenas uma formalidade, pois o rei não necessitava da opinião de ninguém para tomar decisões.
   Os regimes absolutistas defendiam que o rei era guiado pela Razão e depois criava as leis para os seus súbditos poderem usufruir dessa razão. O rei não tinha iguais ou superiores e só respondia a Deus. Teoricamente, preocupava-se com o bem estar dos seus súbditos e por ser um príncipe Cristão devia aplicar a justiça, mostrando graça, compaixão e misericórdia. Por último, aos olhos dos outros países, o poder de um rei era demonstrado pelo exército do seu país, pelo dinheiro que tinha e pela adoração dos seus súbditos por ele. Nos regimes absolutistas, o soberano era grandemente elogiado e nunca criticado pela população do seu país.
   O Absolutismo em Inglaterra atingiu o seu apogeu nos reinados de Henrique VIII e Isabel I.
   Em Portugal, o Absolutismo conheceu o seu máximo no reinado de D. João V. O Absolutismo português tinha as mesmas características que os do resto da Europa. Este perdurou até o século XIX, mais precisamente em 1820, com a Revolução Liberal.

D. João V

   A França foi o país onde o Absolutismo melhor se desenvolveu.  Os Reis franceses desta época reclamaram o seu poder soberano. Fizeram entender que eram eles que concediam o poder às pessoas. Portanto elas tinham de lhes obedecer e agir em proveito deles, sem nunca se virarem contra os eles. O poder de fazer leis era somente do rei e os direitos e interesses da Nação eram os mesmos do seu soberano. Os Reis queriam estar a par de tudo e os seus conselheiros deveriam dizê-lo.
   Luís XIV era o protótipo do Rei Absoluto. Este ordenou que nada fosse feito sem o seu consentimento e que tudo lhe fosse dito.  O rei-sol não queria partilhar o seu poder com ninguém e escolhia os seus colaboradores de modo a que isso não acontecesse. Os escolhidos eram maioritariamente da burguesia pois não tinham tantas ambições como os membros da nobreza e ficariam satisfeitos com qualquer que fosse o cargo que o rei lhes desse.
   O Palácio de Versailles representava o luxo e a grandiosidade da corte do rei-sol. Dentro deste palácio também havia uma ordem de classes. Apenas os que possuíam os títulos mais altos tinham privilégios como assistir ao despertar do rei e aos que não possuíam títulos tão altos era-lhes negada a entrada aos aposentos reais.

Luís IX de França, protótipo do Rei Absoluto

domingo, 23 de janeiro de 2011

As medidas mercantilistas em Portugal

   Portugal, no século XVIII, atravessava uma grave crise económica (todos os países europeus queriam exportar e nenhum queria importar, portanto quase nenhum país comprava, e não havia exportações). Com a descoberta das minas de ouro no Brasil, no século XVI, Portugal conseguiu pagar as importações, mas este metal rapidamente começou a acabar e os portugueses viram-se obrigados a procurar outra forma de pagamento.
   Foi neste contexto que se aplicaram as primeiras medidas mercantilistas em Portugal. Em 1703 foi assinado o Tratado de Methuen, entre Portugal e Inglaterra. Segundo este tratado, a Inglaterra tinha de importar os vinhos portugueses e Portugal os produtos lanifícios de Inglaterra. Este tratado foi, em parte, responsável pelo atraso do desenvolvimento das manufacturas em Portugal, pois os produtos exportados eram agrícolas (portanto, Portugal manteve-se sempre um país rural) e os produtos importados eram manufacturados (o que impediu Portugal de se desenvolver a nível manufactureiro). O Tratado também fez com que  a balança comercial de Portugal se tornasse ainda mais desvantajosa, pois as importações de Inglaterra continuavam a ser maiores que as exportações para Inglaterra.
   Mas as medidas mercantilistas mais importantes para Portugal aconteceram no reinado de D. José I, com o Marquês de Pombal. O Marquês tomou medidas para resolver a crise económica: desenvolveu a manufactura em Portugal; aplicou leis pragmáticas (que proibiam as importações), fomentou as exportações, criou as companhias que protegiam os produtos e também criou subsídios para ajudar na produção de manufacturas. 
   Por causa do Tratado de Methuen os vinhos eram muito importantes para a economia portuguesa. Os taberneiros misturavam água para fazer maiores quantidades de vinho e como Portugal não podia exportar produtos de má qualidade, pois se assim fosse as exportações iriam acabar, criaram-se as companhias para a protecção da produção de vinho. Portugal foi o primeiro país a criar uma zona protegida para a protecção de vinho.
   Portugal também importava mão-de-obra e, ao fazer isto, não só aumentava a produção, como dava formação aos operários portugueses. Na época do Marquês de Pombal os jesuítas foram expulsos de Portugal e as suas terras passaram a pertencer ao Estado.

O Marquês de Pombal expulsando os jesuítas (pintura de Louis-Michel van Loo e Claude-Joseph Vernet, 1766)

    Apesar destas medidas terem sido importantíssimas para abrandar a crise económica de Portugal, foram aplicadas demasiado tarde. O Marquês de Pombal poderia ter sido inovador e ter desenvolvido as manufacturas que não existiam nos outros países, para aumentar as exportações, mas como só queria acabar com a crise económica, não pensou no futuro. O Marquês apenas desenvolveu as manufacturas de produtos que Portugal exportava e apesar de ter reduzido as importações, não aumentou as exportações, portanto a balança comercial não se afundou, mas continuou com um défice muito grande.

sábado, 22 de janeiro de 2011

A Revolução Industrial

   Na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, deu-se a Revolução Industrial. Esta havia sido preparada pela Revolução Agrícola, que permitiu que fosse libertada mão-de-obra dos campos, dirigindo-se para as cidades para trabalhar na manufactura.
  
Coalbrookdale foi uma das primeiras cidades industriais em Inglaterra.



    A máquina a vapor foi inventada por James Watt no século XVIII e foi uma das invenções mais importantes para o arranque da Revolução Industrial. Todos os cavalos e moinhos, que antes eram utilizados, foram substituídos por máquinas a vapor.

   Apesar da Revolução Industrial ter tido bastantes benefícios, trouxe também vários problemas. Em geral, as pessoas ficaram mais ricas e as condições de vida melhoraram, havia mais crianças que sobreviviam a infância e isto levou a que a população crescesse. Mas, houve também varias desvantagens da Revolução Industrial: o ambiente sofreu gravemente, a diferença entres os ricos e os pobres era enorme, frequentemente famílias inteiras viviam apertadas em apartamentos muito pequenos e as crianças eram usadas nas fábricaspara limpar as máquinas, pois eram muito pequenas e conseguiam entrar para dentro delas, pondo em risco as suas vidas


Esta imagem mostra a densidade populacional e a poluição que havia nas novas cidades industriais.

   Algumas das inovações que da Revolução Industrial foram:

  • A construção de canais, que permitiu que as cargas pesadas pudessem circular para onde fossem necessárias;
  • A máquina a vapor tornou-se a principal fonte de energia, substituindo o homem e outros animais no trabalho agrícola;
  • A produção passou a ser em massa;
  • Passaram a ser usadas máquinas que ajudavam a agricultura e mais mão-de-obra foi libertada para as cidades;
  • Caminhos de ferro foram construídos por Inglaterra. Os comboios permitiam que as pessoas e as mercadorias viajassem mais depressa;
  • Os barcos a vapor substituíram os navios. Estes não dependiam do vento nem das condições meteorológicas para andar e eram mais seguros;
  • O ferro substituiu a madeira como o principal material para a construção.

O arranque da Revolução Industrial

   Para além da Revolução Agrícola houve também outros factores que ajudaram na Revolução Industrial: o desenvolvimento dos mercados externo e interno, a fundação de instituições financeiras e a Revolução dos Transportes.
   Uma das grandes preocupações de Inglaterra era adquirir matérias-primas para desenvolver cada vez mais o mercado externo. Nesta altura, Inglaterra tinha uma balança comercial muito vantajosa (as suas exportações eram maiores que as importações). Este grande comércio internacional com as colónias ajudou na Revolução Industrial pois permitiu o suporte financeiro que ela necessitava.
   A Inglaterra queria também desenvolver o mercado interno. O mercado semanal substituiu o mercado sazonal e o seu abastecimento foi facilitado pela abolição das alfândegas internas. A abolição das portagens levou a um maior consumo e um maior desenvolvimento. A produção era em massa e aplicou-se a especialização: cada pessoa tinha uma só tarefa, ou especialização, o que permitiu uma maior produção. Uma maior quantidade de produtos tornava-os muito mais baratos.
   A Inglaterra fundou muitas instituições financeiras que garantiam um desenvolvimento económico. Os bancos possibilitavam a confiança do mercador e foram muito importantes nesta época.
   A acumulação de capital era investida no desenvolvimento do país, com uma burguesia inglesa extremamente dinâmica. A revolução dos transportes também ajudou  (construíram-se estradas mais acessíveis e propícias ao comércio interno). A Inglaterra libertou um grande número de mão-de-obra (do campo) e, deste modo mais pessoas foram trabalhar na manufactura, constituindo a pré-industrialização. 
   Todos estes factores trouxeram dinheiro para "suportar" a Revolução Industrial e sem eles a revolução não teria sido possível.

A Revolução Agrícola

   A Revolução Agrícola foi um movimento que se iniciou no século XVIII, na região de Norfolk, em Inglaterra. Sem esta revolução, não teria havido a Revolução Industrial, pois foi ela que permitiu a libertação de mão-de-obra, que trabalhava no campo, e que foi para as cidades trabalhar nas manufacturas.
   A Revolução Agrícola Inglesa teve várias semelhanças com a Revolução Agrícola Holandesa, embora a primeira tenha tido consequências maiores e mais importantes. Na Holanda, foram construídos diques e canais, drenaram-se pântanos, desenvolveu-se a criação de gado e aplicou-se a rotação contínua das culturas. Tudo isto levou à sua Revolução Agrícola. Em Inglaterra foram introduzidas medidas mais inovadoras na agricultura:
  • Sistemas quadrienais de rotação de culturas (as pastagens permitiram que houvesse mais animais);
  • Aumento das áreas cultiváveis (apropriação de baldios, que passaram a ser privados);
  • Prática de enclosures (os animais deixaram de destruir os terrenos, pois estes estavam vedados e mais mão-de-obra foi libertada);
  • Os pequenos proprietários ficam sem emprego e vão procura-lo às cidades (mais mão-de-obra libertada para ajudar o arranque da Revolução industrial);
  • Proletários;
  • Mecanização (anteriormente vigorava a especialização, com a mecanização liberta-se ainda mais mão-de-obra);
  • Aumento da criação de gado (aproveitamento das peles para as indústrias têxteis dos curtumes, e das carnes para a alimentação, que permite que a população esteja melhor alimentada).
Um exemplo dos enclosures em Inglaterra


    A Hegemonia Económica Brtitância

       No século XVIII a Inglaterra assumiu o domínio do comércio mundial e tornou-se na nova grande potência europeia.
       Uma das razões das razões que levaram a que isto acontecesse foi o facto do modelo político de Inglaterra ser uma monarquia constitucional ou parlamentarista (onde o rei tinha de submeter-se e aceitar as decisões dos membros do parlamento, que eram eleitos e maioritariamente burgueses, dando a esta classe social, mais poder), enquanto que o dos outros países era o absolutismo (em que o rei tinha absoluto poder e não consultava ninguém para tomar decisões que diziam respeito ao seu país). Isto ajudou a que a burguesia inglesa se desenvolvesse e se tornasse bastante mais influente.
       Depois de, em conjunto com a França e a Holanda, ter "libertado" o mar de Portugal e de Espanha, a Inglaterra formou um Império, que permitiu que o país enriquecesse e tivesse produtos que não haviam antes em Inglaterra. Nesta altura, o Império Português perdera quase todo o seu prestígio e o país encontrava-se numa situação económica precária. Era aliado de Inglaterra e esta, alugava-lhe barcos para poder trazer os produtos das suas colónias, pois os ingleses, graças ao desenvolvimento da mão-de-obra, produziam tantos barcos, que podiam dispensar alguns para alugar aos portugueses, e estes começaram a ficar dependentes, a nível económico da Inglaterra.
       O Acto de Navegação, de 1651, baseava-se em ideias mercantilistas e permitiu que a economia britânica fosse protegida da expansão comercial holandesa, favoreceu crescimento da marinha mercante e o desenvolvimento da indústria naval e de armamento e permitiu o desenvolvimento do comércio, bem como a expansão colonial inglesa. Decretado por Cromwell, o Acto de Navegação afirmava que qualquer produto que entrasse ou saísse de Inglaterra, apenas poderia ir em barcos ingleses e que 3/4 da população tinham de ser de origem britânica. Isto levou a que a população inglesa tivesse mais emprego e que a própria Inglaterra se desenvolvesse a nível manufactureiro. Para além disto, o rei tinha a certeza que os tripulantes o defenderiam e não lhe roubariam os produtos, por mais de metade da tripulação ser de origem britânica.
       No século XVIII verificou-se, também um aumento da população inglesa, pois houve um melhoramento das condições de vida. Através de inovações, como a criação de esgotos, as condições higiénico-sanitárias rapidamente melhoraram e houve grandes progressos na medicina. A mortalidade infantil também diminuiu e as crianças passaram a ser melhor tratadas, o que permitiu uma diminuição da mortalidade em geral e o aumento da população. As crianças deixaram de ser vistas como força de trabalho e passaram a ser a principal preocupação das famílias.
       O comércio colonial e o desenvolvimento do comércio interno também ajudaram o crescimento demográfico. A Inglaterra foi o país que mais cedo se transformou num espaço económico unificado,onde o consumo interno podia expandir-se e começou a haver uma uniformização de preços e do mercado. Também não havia alfândegas internas, o que retirou os entraves ao comércio e permitiu a livre circulação dos produtos pelo país. Foram criadas também instituições financeiras que favoreceram o sucesso inglês: a Bolsa de Valores e o Banco de Inglaterra, onde se realizavam operações de apoio ao comércio, emitiam-se papel-moeda e financiava-se a actividade comercial.