terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Constituição Portuguesa

A Revolução Liberal Portuguesa de 1820

A Vaga de Revoluções Liberais

A Revolução Francesa

A Revolução Americana

   A primeira Revolução Liberal foi a Revolução Americana de 1776, que conseguiu a independência das 13 colónias inglesas na América. A maior causa desta Revolução foram os vários conflitos entre as colónias e a metrópole, como a guerra dos 7 anos (que enfraqueceu a economia do Reino Unido, que se viu obrigado a aumentar os impostos nas colónias, para recompor as finanças) e o facto das colónias não terem liberdade comercial (as colónias inglesas na América não podiam negociar com outros países; tinham de vender tudo à Inglaterra).
   Todos estes factores e a propaganda contra os ingleses uniu os americanos. As colónias estavam divididas em três grupos. As colónias do Norte, do Centro e do Sul. As colónias do Norte e do Centro eram maioritariamente constituídas por imigrantes que tinham fugido das perseguições religiosas, encontraram na América um país liberal e eram em grande quantidade membros do povo. As colónias do Sul eram compostas por aristocratas que emigraram para enriquecer mais facilmente eram fiéis a Inglaterra e ao Anglicanismo. Porém havia vários factores que uniam todas as colónias. A língua, a religião, a submissão à Coroa Britânica e a luta contra os ingleses. Houve alguns conflitos entre os colonos e os colonizadores que ajudaram na propaganda anti-Inglaterra, como por exemplo o Massacre de Boston e a Tea Party.
   Assim, em 1774 os colonos da América decidiram lutar pela sua independência. A América não tinha exército pois os militares pertenciam ao exército Britânico. Washington vai organizar um exército com a ajuda dos franceses. Em 1783 a Inglaterra reconheceu a independência dos Estados Unidos da América e em 1787 foi redigida uma constituição que ainda hoje vigora.

Críticas da sociedade Absolutista

   As ideias iluministas e liberais criaram novas perspectivas da sociedade e dos regimes absolutistas. Estas novas mentes criticavam e condenavam o absolutismo. Contrariavam o poder de um só indivíduo e queriam que o poder estivesse divido e não centrado numa só pessoa. Diziam que o único homem que tinha poder paternal era, efectivamente, o pai e que o rei não deveria ter este poder sobre eles. Queriam separar os poderes: não existia liberdade quando o poder estava só numa pessoa pois esta se calhar não iria fazer o que era melhor para a Nação. Queriam um regime parlamentar, por oposição ao regime absolutista. O povo devia poder escolher representantes que defendessem os seus direitos perante o rei.
   Havia também muitas críticas às classes privilegiadas. A igreja era acusada de ser bárbara e nada tolerante quanto às outras religiões. Mas a classe que sofria mais críticas era a nobreza. Os iluministas diziam que, só por terem ascendentes ilustres, os filhos não tinham de o ser também. Não tinham direito de herdar títulos ou virtude pois não tinham feito nada para os merecer. A única coisa que realmente diferenciava a nobreza do povo eram os bens materiais.

O Iluminismo

   O Iluminismo foi um movimento filosófico nascido na Inglaterra nos finais do século XVII. Nesta época desenvolveu-se um grande interesse pela ciência e pelo progresso, sendo os princípios básicos do Iluminismo muito progressistas para a época. Os defensores do Iluminismo agiam em todas as ocasiões pela Razão e pela justiça. Os iluministas defendiam a tolerância. Diziam que não deviam haver nações dominadas por outras, pois um país só se desenvolveria se fosse livre. Defendiam também que as velhas crenças deviam ser esquecidas e que as pessoas deviam ser racionais e não emotivas, porque numa sociedade emotiva nunca não poderia haver justiça.
    Os iluministas acreditavam que a sociedade é que criava a desigualdade. As pessoas nasciam iguais, mas a sociedade evitava a liberdade e impunha a desigualdade. Diziam que para combater estas desigualdades deveriam ser criadas leis para que houvesse mais justiça. As pessoas apenas deviam ser diferenciadas não pela sua ascendência, mas pelo seu contributo para a sociedade. Os descendentes dos que tinham praticado grandes feitos não deviam ter vantagens sobre os outros pois não tinham feito nada para os merecer.
   O Iluminismo era também contra o racismo e a intolerância quanto às outras religiões. Queriam acabar com o racismo, também por causa do princípio da igualdade. As pessoas não deveriam ser julgadas pela sua cor de pele. A intolerância religiosa apresentava outro problema pois cada pessoa pensava individualmente e ninguém lhe podia forçar uma ideia. O princípio da tolerância levava a um melhor entendimento das sociedades. Se o Estado for tolerante a sua população é mais feliz e são evitadas guerras por questões religiosas.
   Outro ideal defendido pelos iluministas era a educação. Estes acreditavam na igualdade da instrução. Era muito importante progredir a nível de instrução pois era na escola que as pessoas aprendiam a pensar autonomamente e a defender os seus direitos. Quanto mais culta fosse uma sociedade, melhor esta se relacionava. Era também necessário abolir a servidão para dar a possibilidade da mudança de grupo social (estes eram princípios burgueses; a mobilidade social vai permitir que os burgueses ascendam a altos cargos e que tenham mais poder na sociedade). Até esta altura apenas os aristocratas tinham direito à educação, mas o Iluminismo vai permitir que toda a gente tenha esse direito.Até aqui a criança era vista como um adulto em proporções pequenas. Agora passa a ser respeitada, começa a ter valor e deixa de ser vista como mais uma boca para alimentar ou como força de trabalho. A instrução era também muito importante porque era na idade escolar que as crianças desenvolviam os sentimentos de tolerância, de responsabilidade, etc. A criança tem de manter-se criança durante um determinado tempo para depois dar uso à razão. A infância tinha de passar a ser aceitada. A igualdade de instrução não era só entre classes sociais, mas também entre sexos. Os iluministas defendiam que a mulher tinha o mesmo direito à educação que o homem pois era igual ao homem intelectualmente. A mulher deveria ser instruída para poder trabalhar fora de casa e aumentar o rendimento da sua família.
   

A recusa do Absolutismo

   O grande desenvolvimento da economia e da actividade marítimo-comercial permitiu o crescimento e formação de maiorias burguesas, ricas e poderosas, na Inglaterra e na Holanda. Nestes países, portanto, predominava uma mentalidade burguesa. As sociedades inglesa e holandesa eram mais liberais. Atraíam muitos imigrantes, tornando-se mais diversificadas. As guerras religiosas tornaram, também, estes países mais tolerantes quanto à liberdade de expressão e à diversidade de religiões.
   Foi neste contexto que surgiu um novo movimento liberal. O Liberalismo, como era chamado, foi uma ideologia que se opunha ao Absolutismo e defendia a liberdade e a igualdade de direitos. Os burgueses apoiavam muito as ideias liberais pois, por serem uma subclasse do povo, não tinham direitos nem privilégios. Os burgueses queriam, principalmente, obter o direito à propriedade privada.
   Algumas das ideias do Liberalismo inglês eram: a soberania nacional e contrato social, a separação de poderes (os liberais, ao contrário dos absolutistas, defendiam que o poder devia estar divido, em vez de estar centrado todo numa só pessoa; isto permitia maior justiça  no país e maior estabilidade; o absolutismo dizia também que o poder que o rei detinha provinha de Deus, enquanto que o absolutismo defendia que o poder civil e o poder divino deviam estar separados), a superioridade do poder legislativo e o direito de resistência à opressão (ou o direito à liberdade de expressão, o que não acontecia nos regimes absolutistas, pois se alguém dissesse mal do regime ou do rei seria encarcerado). O Liberalismo valorizava mais o indivíduo face à comunidade e ao Estado.
   Outro dos princípios do Liberalismo era o da tolerância. Nos regimes absolutistas não havia tolerância, especialmente quanto às outras religiões. O poder do rei era divino e havia apenas uma religião, que era a que o povo devia seguir. Vários autores defendiam o princípio da tolerância, e diziam que até na própria religião devia haver tolerância.
   Outro ideal do Liberalismo, muito defendido pelos burgueses, era a igualdade de todos perante a lei. Os liberais diziam que os juízes tinham de ser justos e não deviam privilegiar, ou penalizar uma pessoa de acordo com a classe social a que pertencia. Um juiz tinha de ser racional e não emocional quando aplicava uma pena e tinha de perceber até que ponto aplicava a pena para o crime cometido.


Coffee House


   No séc. XVII as coffee house tornaram-se muito populares em Inglaterra. Os cidadãos frequentavam estes cafés para discutir e debater opiniões. Foram muito importantes na consciencialização política do cidadão e na construção da opinião pública.